quarta-feira, 8 de julho de 2009

PARTIPEM DAS OLÍMPIADAS DE SOCIOLOGIA E FILOSOFIA

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ATT.
ANTONIO MATEUS SOARES

MOVIMENTOS SOCIAIS


MOVIMENTOS SOCIAIS

Alguns traços dos movimentos sociais no capitalismo contemporâneo
Os movimentos populares expressam as contradições da sociedade capitalista. Essas contradições específicas estão relacionadas, de forma direta ou mediada, com as contradições de classe. A seguir tentamos fazer uma periodização da história dos movimentos sociais no último século, em cinco grandes períodos: a) do final século 19 ao início do século 20, desde a Comuna de Paris até a Revolução de 1917;

b) a fase da experiência soviética, dos movimentos como organizações de massa de trabalhadores, jovens e mulheres, hoje tidos em geral como “tradicionais”;
c) a fase dos anos 60 e 70, quando surgem ou são relançados os “novos” movimentos sociais (culturais, feministas, pela livre orientação sexual, anti-racistas, ambientalistas e outros); nesse período exercem forte influência sobre os movimentos sociais as lutas de libertação nacional e, em particular, as revoluções chinesa e cubana;
d) os anos 80 e 90: derrota histórica com a queda da URSS e dos regimes do Leste Europeu; defensiva estratégica; impulso da concepção neoliberal de “sociedade civil” e difusão das ONGs;
e) virada do século 21, quando ganha força a resistência contra o neoliberalismo e a guerra, os chamados movimentos “antiglobalização” e o Fórum Social Mundial; no Brasil esse período é marcado pela vitória de Lula.
A periodização acima ajuda a entender que as transformações objetivas do capitalismo e as vicissitudes da luta socialista nas últimas décadas modificaram sobremaneira a realidade social e propiciaram o surgimento de novas manifestações subjetivas. Longe de tornar o marxismo e o movimento comunista irremediavelmente defasados, como querem os ideólogos do capital financeiro, esses novos fenômenos confirmam e agravam a crise civilizacional do capitalismo contemporâneo. No âmbito dos movimentos sociais surgem e são relançados movimentos relacionados a temas como direitos humanos, cultura, orientação sexual, cidadania, etnia/raça (negros, indígenas), e o movimento feminista e de mulheres; difundem-se as ONGs, renovam-se ações sociais voluntárias, comunitárias, cooperativas e de “economia solidária”, entre outras.
Alguns apressam-se em dizer que, com tal fragmentação em novas “identidades” e com a despolitização dos movimentos, os comunistas – ao contrário do que aconteceu durante boa parte do século passado – seriam incapazes de voltar a ter grande influência nos movimentos, e em particular nos chamados “novos movimentos sociais”. O pesquisador Boaventura de Souza Santos aposta que “são tão variadas as lutas e as propostas de resistência que nenhuma vanguarda as pode unificar”. Nossa tática deve ser a unidade na diversidade, para superar a dispersão e a fragmentação dos movimentos, que são próprias de uma fase de retomada da resistência. Essa situação pode se alterar com o tempo, pois o movimento tende a se unificar e a se politizar. Isso será tanto mais verdadeiro quanto mais gozar de influência a vanguarda comunista.
Movimentos sociais na atualidade

A situação atual exige dos marxistas cabeça aberta para entender e atuar nesta nova realidade política e social do século 21, fazendo a análise concreta da situação contemporânea. No processo de reafirmação e atualização do marxismo é preciso ter abertura para compreender os novos fenômenos.
Tratando-se do tema movimentos sociais, é preciso reafirmar e atualizar o marxismo na polêmica com o pós-modernismo multiculturalista, corrente ideológica contemporânea cuja influência é significativa nos movimentos sociais, em termos mundiais e no Brasil. Em polêmica frontal com o marxismo, essa corrente nega as categorias principais da teoria revolucionária. A luta de idéias hoje é intensa. As forças reacionárias buscam, através dela, neutralizar e desviar a crescente resistência. Por isso intensifica-se o debate sobre a estratégia política, o programa e a classe revolucionária, bem como sobre a necessidade (ou não) da conquista do poder político.
Estamos diante de uma nova situação internacional. A ofensiva imperialista em toda a linha é brutal. Ao mesmo tempo, uma nova onda de resistência com variados matizes, formas e conteúdos, contra a globalização neoliberal, acontece em várias partes do mundo, e particularmente na América Latina. Desde as mobilizações de Seattle, nos EUA, em 1999, contra a “mercantilização do mundo” – que combateram os acordos assimétricos da Organização Mundial do Comércio, a OMC e as transnacionais – até a extraordinária e sincrônica mobilização mundial de 15 de fevereiro de 2003 – outro marco importante da luta contra a globalização neoliberal –, houve um avanço importante da consciência antiimperialista.
O 15 de fevereiro de 2003 foi a maior mobilização simultânea, com a mesma bandeira, em toda a história da humanidade. Ela reuniu milhões e millhões de pessoas em mais de 70 países. A luta anti-imperialista focalizou seu alvo no imperialismo dos EUA, mais precisamente no governo de George W. Bush.



A relação partida e movimentos sociais

Movimentos sociais e mobilização política de massas são conceitos distintos. Os primeiros existem independentes da atuação das forças políticas, enquanto que a mobilização política de massas depende, além das condições objetivas, da ação de partidos, de correntes políticas. A diferença fundamental é o elemento consciente, que de nossa parte representa a infusão de nosso projeto político no movimento. As mobilizações sociais – se não contestam o poder político dos neoliberais e não interagem com os partidos e organizações políticas mediante uma estratégia política comum – na prática e objetivamente acabam sem conquistar o objetivo político maior.
Na América Latina os partidos progressistas e os movimentos sociais tiveram e têm, em geral, relação solidária, intensa e complementar na luta antiimperialista e antineoliberal, inclusive em momentos de viragem política revolucionária. Os movimentos sociais organizam o povo para lutar pelas suas necessidades e expressam seus anseios com autonomia. Se há papéis distintos, é preciso, contudo unidade na luta entre organizações políticas e movimentos sociais. Devemos conceber e praticar a necessária autonomia recíproca entre movimentos sociais e Governo-Estado, entre partidos e Governo-Estado e entre movimentos e partidos. É necessária uma convivência frutífera entre os partidos antineoliberais e antiimperialistas e os movimentos sociais. Na América Latina as lideranças dos movimentos sociais são em grande parte militantes e dirigentes de forças políticas (de movimentos políticos e partidos).
Um dos casos mais expressivos é o do Brasil. Não por acaso nasceu aqui o Fórum Social Mundial. Partidos e movimentos também participaram unidos da construção da inédita vitória popular de 2002, quando elegemos Lula para a presidência da República.Ideólogos de inspiração pós-moderna e neozapatista rotulam os partidos como invenções eurocentristas de séculos passados, e reduzem a "forma partido" a uma idéia alienígena imposta aos povos de nossa região. Propõem também o afastamento das lideranças dos movimentos das “vias institucionais” da política, da luta pelo poder político, que seria inevitavelmente um instrumento de cooptação e traição das reivindicações e da luta dos movimentos. Queiram ou não, na prática aceitam que a burguesia continue no poder.
O conceito de movimentos sociais populares

O conceito de movimentos sociais precisa ser explicitado para que não haja confusão. Quando nos referimos os movimentos sociais estamos falando de movimentos sociais populares, ou simplesmente movimentos populares, subentendida aqui a noção marxista de povo.As categorias trabalho e progresso social são imprescindíveis para a compreensão da noção marxista de povo. Daí porque os pós-modernos trabalham com os conceitos de “cidadão” e de “multidão”, negando a teoria marxista das classes sociais. Enquanto categoria marxista a noção de povo é historicamente concreta e diferente da de população. Na tradição marxista o povo compreende o proletariado e demais classes e camadas sociais interessadas no progresso social, em determinado país e em certo período. Sendo assim, no Brasil de hoje as massas populares são as forças do trabalho e as forças democráticas, patrióticas e progressistas. Outro conceito muito difundido, inclusive por setores da esquerda, é o de “inclusão/exclusão social”, que por vezes também é utilizado para negar o potencial revolucionário do proletariado e para substituí-lo pelos “excluídos”, que seriam o novo sujeito revolucionário. A esquerda católica, que adota o conceito de “excluídos”, tem contribuído para reduzir a noção de povo e de movimentos populares às camadas pobres e miseráveis da população e seus movimentos. No Brasil também é comum a mídia referir-se à “classe média”, ou “classes A, B, C, D, E”, dividindo a sociedade por faixas de renda e/ou escolaridade. Embora a renda possa ser um dos parâmetros para a definição marxista de classe social, termos como “classe média” não correspondem exatamente ao que a teoria marxista das classes define como camadas intermediárias. A dita “classe média” é composta majoritariamente por trabalhadores com um rendimento acima da média. Isso porque no Brasil os salários são muito baixos, e a renda é muito concentrada.

A falta de participação nos movimentos sociais
A maioria do povo não participa de movimentos e entidades associativas. Essa afirmação baseia-se nas pesquisas disponíveis, que revelam que a maioria dos brasileiros não tem atividade associativa permanente. As pesquisas revelam que somente de 10% a 20% dos brasileiros participam de movimentos associativos. Entre as atividades principais estão as de caráter religioso, assistencialista e voluntário, cultural e esportivo. Sindicatos e associações profissionais, entidades comunitárias e estudantis, organizações não-governamentais (ONGs) e conselhos de políticas públicas também são destacados como espaços de participação.
As pesquisas também indicam baixo envolvimento em temas políticos. Menos de 5% participam de partidos. Em geral, o nível de cultura política e de organização da grande maioria de nosso povo é baixo, mesmo com um passado e um presente de rebeldia e lutas sociais.A grande maioria do povo encontra-se abandonada nas periferias das cidades, sem vivência sócio-política organizada, oprimida e em grande parte marginalizada. Envolver essa massa e organizá-la na luta por reivindicações concretas é um desafio para os comunistas.
A emergência do misticismo e da prática religiosa reforça as igrejas, em especial as evangélicas. O tráfico de drogas e o crime organizado já controlam grandes áreas das periferias urbanas, cerceando violentamente a democracia nos bairros e manietando as organizações populares.
As reivindicações sociais do povo são destinadas, em geral, a governantes e parlamentares; em menor medida as pessoas buscam organizar-se em algum movimento coletivo. Está claro que os movimentos sociais precisam desenvolver a capacidade de serem canais de luta por essas reivindicações, de participação popular.
A força política dos movimentos populares brasileiros
O Brasil é tido por muitos pesquisadores como um dos países de maior nível de atuação e de organização dos movimentos populares em nível mundial. De fato, é inegável a força, a riqueza e a complexidade dos movimentos sociais brasileiros. Nossos movimentos sociais revelaram e revelam lideranças e militantes capazes, em quantidade. Contudo, não chegam a envolver e organizar a maioria do povo. Esse é um dos temas que merece maior aprofundamento em nosso debate.
A vitória de Lula em 2002 tem muito a ver com a trajetória de lutas dos movimentos populares brasileiros, e com as grandes mobilizações políticas do povo contra o neoliberalismo e pelas mudanças.Nos dois primeiros anos de Governo Lula, os movimentos sociais estiveram ativos. Variadas greves e jornadas de luta foram realizadas pelos movimentos organizados, com níveis diferentes de politização. Ainda assim, há muitas dificuldades e por enquanto não se acumularam as condições para grandes mobilizações unitárias de caráter político que possa impulsionar as mudanças.



CONCEITUAÇÕES E REFLEXÕES SOBRE CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS


CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS


(Partes do conteúdo deste texto didático, foi extraído do livro: Os argonautas da cidadania - A sociedade civil na globalização. I - Em torno do Conceito de Cidadania, tendo como autoria: Liszt Vieira)




[Escola de Atenas: Pintura Mural de Rafael]
A cidadania em Atenas e em Esparta: Impossível estudarmos a cidadania na Grécia como um todo, já que ela era composta por mais de cem cidades-Estado, por isso vamos tratar como exemplo as duas cidades mais importantes: Esparta e Atenas.Esparta, uma cidade agrícola formada por espartanos, grandes proprietários de terras; periecos, trabalhadores livres e hilotas que estavam sujeitos as condições servis, representava um exemplo de cidadania restrita; apenas os espartanos poderiam ser considerados cidadãos plenos, já que eram os únicos que compunham os órgãos políticos, e os periecos não possuíam direitos políticos. Já Atenas teve uma história diferente. A sua sociedade dividida em Eupátridas, que possuíam as maiores e melhores terras, Geogóis, que eram pequenos proprietários, Thetas, despossuídos de terra, Demiurgos que eram os responsáveis pelo comércio local, e escravos. Lutas constantes entre as classes, instabilidade e o crescimento da Pólis motivaram o surgimento de reformas. Em 621 a.C. foram criadas as leis escritas, em 594 a.C. a sociedade foi dividida censitariamente e foram criados órgãos e a Democracia, ou seja, todas as pessoas (nascidas em Atenas, do sexo masculino e livres) não importando a classe social puderam ser consideradas cidadãos tendo, portanto seus direitos e deveres.
CIDADANIA E SOCIEDADE CIVIL
Na última década do século XX, assistimos, em todo o mundo, a uma multiplicação dos estudos sobre o tema da cidadania, envidando-se um grande esforço analítico para enriquecer a abordagem conceitual da noção de cidadania. Em recente trabalho, Janoski (1998) destaca três vertentes teóricas que se ocupam de fenômenos relacionados à cidadania, quais sejam a teoria de Marshall acerca dos direitos de cidadania; a abordagem de Tocqueville/Durkheim a respeito da cultura cívica; e a teoria marxista/gramsciana acerca da sociedade civil. O conceito de cidadania, enquanto direito a ter direitos, foi abordado de variadas perspectivas, entre elas, tomou-se clássica, como referência, a concepção de Thomas H; Marshall, que, em 1949, propôs a primeira teoria sociológica de cidadania ao desenvolver os direitos e obrigações inerentes à condição de cidadão. Centrado na realidade britânica da época, em especial no conflito frontal entre capitalismo e igualdade, Marshall estabeleceu uma tipologia dos direitos de cidadania. Seriam os direitos civis, conquistados no século XVIII, os direitos políticos, alcançados no século XIX - ambos chamados direitos de primeira geração - e os direitos sociais, conquistados no século XX chamados direitos de segunda geraçã.
Posteriormente, autores diversos analisaram suas realidades nacionais valendo-se desta concepção, à qual acrescentaram nuances teóricas, come se vê: em Reinhard Bendix (1964),que enfocou a ampliação da cidadania às classes trabalhadoras, por meio dos direitos de associação, educação e voto, bem como em Turner (1986),que, voltando sua atenção para a teoria do conflito, considera os movimentos sociais como força dinâmica necessária ao desenvolvimento dos direitos de cidadania. Para as teorias durkheimianas, a cidadania não se restringe àquela sancionada por lei e tem na virtude cívica outro aspecto capital. Em decorrência desta concepção, abre-se espaço para que,na esfera pública, grupos voluntários, privados e sem fins lucrativos, formem a assim denominada sociedade civil. As teorias marxistas, por sua vez, enfatizam a reconstituição da sociedade civil - idéia primeiramente ventilada por Hegel, retomada por Marx e significativamente revisitada por Gramsci em 1920. Na realidade, pode-se afirmar que Gramsci opera uma mudança paradigmática com sua visão tripartite Estado-mercado-sociedade civil, uma vez que, para Marx e Hegel, a noção de sociedade civil abrangia todas as organizações e atividades fora do Estado, inclusive as atividades econômicas das empresas.
A atual referência à sociedade civil traz o viés gramsciano de proteção contra os abusos estatais e do mercado. Esta terceira vertente teórica pode ser compreendida como uma intermediação entre o enfoque estatal adotado por Marshall e o enfoque da virtude cívica centrada na sociedade, característico das teorias durkheimianas.
PARA DEFINIR A CIDADANIA
Não obstante constituir a língua franca da socialização, a reivindicação de diversos movimentos sociais e mesmo palavra reiteradamente repetida em discursos, a cidadania não constitui idéia central nas ciências sociais. Buscando os atributos do termo, Janoski agrupa as perspectivas encontradas em diversos dicionários - considerando esta última mais própria a uma possível reconstrução de uma teoria da cidadania: Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um Estado-nação com certos direitos e obrigações universais em um específico nível de igualdade.
Por pertença a um Estado-nação entende-se o estabelecimento de uma personalidade em um território geográfico. Historicamente, a cidadania foi concedida a restritos grupos de elite - homens ricos de Atenas e barões ingleses do século XIII - e posteriormente estendida a uma grande porção dos residentes de um país. Há, assim duas possibilidades de pertença: a interna, que pauta o modo pelo qual um não-cidadão nos limites do Estado - grupos estigmatizados por etnia, raça, gênero, classe, entre outros - adquire direitos e reconhecimento como cidadão; e a externa, que estabelece como estrangeiros fora do território nacional obtêm entrada e naturalização de forma a conquistar a cidadania.
Quanto ao segundo elemento de definição - a distinção entre direitos e deveres ativos e passivos -, pode-se dizer que a cidadania é constituída tanto por direitos passivos de existência, legalmente limitados, como por direitos ativos que propiciam a capacidade presente e futura de influenciar o poder político.
A terceira idéia-força da definição exclui o caráter informal ou particularista dos direitos de cidadania, que necessariamente devem ser direitos universais promulgados em lei e garantidos a todos. Pessoas e coletividades podem possuir seus próprios imperativos morais, costumes ou mesmo direitos específicos, mas estes só se tornarão direitos de cidadania se forem universalmente aplicados e garantidos pelo Estado.
O quarto elemento da definição – a distinção entre direitos e deveres ativos e passivos -, pode-se dizer que a cidadania é uma afirmação de igualdade, equilibrando-se direitos e deveres dentro de certos limites. A igualdade é forma, garantindo a possibilidade de acesso aos tribunais, legislaturas e burocracias. Não se trata de igualdade completa, mas em geral garante-se aumento nos direitos dos subordinados em relação às elites dominantes.
A definição de cidadania fornecida pelas ciências sociais, conforme explicitada acima, difere das demais, seja por não se restringir ao processo de naturalização, como as definições legais, por exemplo, seja por não se esforçar em definir o que seja um ‘bom cidadão’. É assim que alguns autores rejeitam a cidadania como status e propõe sua definição como ‘processo’, constituído por uma rede de relações e idiomas políticos que acentuam a pertença e os direitos e deveres universais em uma comunidade nacional. Por sua vez, considera a cidadania como um conjunto de práticas políticas, econômicas, jurídicas e culturais que definem uma pessoa como membro competente da sociedade. No entanto, a inclusão do elemento 'competência’ no conceito é passível de críticas, uma vez que se podem encontrar no seio de uma sociedade cidadãos que não se acham em condições de exercer direitos políticos, e nem por isso perdem direitos civis ou sociais, como é o caso dos portadores de deficiências mentais.
Os direitos e as obrigações de cidadania existem, portanto, quando o Estado valida as normas de cidadania e adota medidas para implementá-las. Nesta visão, os processos de cidadania – lutas por poder entre grupos e classes – não são necessariamente direitos de cidadania, mas constituem variáveis independentes para sua formação. Em outras palavras, tais processos seriam partes constitutivas da teoria, mas não do conceito definidor de cidadania.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Comentário sobre o Achamento do Brasil - Wilma Grunfeld

Achamento
Tanto o documentário "O povo brasileiro'' de Darcy Ribeiro ,quanto as histórias em quadrinho ( "O achamento do Brasil'' e "Casa grande e senzala") se aproximam por apresentarem a chegada dos portugueses ao Brasil e suas consequências a partir desse encontro. "O achamento do Brasil" tem como texto a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel,descrevendo a cultura e a fauna brasileira,já mostrando uma visão etnocêntrica dos portugueses em relação aos índios,pois o autpr relata que "o melhor fruto" de tudo o que havia aqui era "salvar essa gente''. Uma dessas 'salvações ' seria catequizar (mostrado em ambos os textos). A verdade é que o encontro entre esses diferentes povos gerou grandes conflitos: os portugueses imporam sua cultura,explorando os índios, estuprando índias,fazendo também fusão genética ( a chamada mestiçagem) o que ocorreu também com os negros escravos. Pode-se entender então que o povo brasileiro também é a fusão da cultura euroéia,negra e indígena. 'Nós somos herdeiros de todos os talentos,de uma mistura que ainda esta se fazendo',assim como diz Darcy Ribeiro.
Autoria:. Wilma Grunfeld

quinta-feira, 11 de junho de 2009

COMENTÁRIOS DO ALUNO PEDRO AUGUSTO - 2.C

Produção de Texto

Associação do Filme O POVO BRASILEIRO (Darcy Ribeiro) e os Excertos em quadrinho de CASA GRANDE & SENZALA (Gilberto Freyre)


Autoria:. Pedro Augusto – 2C.


O texto em quadrinhos e o filme assistido têm muitas aproximações, mas o principal é o fato de que ambos mostram a formação da cultura brasileira por vários ângulos. Tanto o filme como o quadrinho mostram que a cultura brasileira foi composta a partir da miscigenação de várias etnias, uma fusão de culturas. É por isso que o Brasil é um país muito difícil de descrever, pois para isso ter-se-ia que estudar a vida dos vários povos que constituíram a nossa cultura.

O Brasil sofreu influência de vários lugares, como da Ásia (com relação à comida, já que o coco veio de lá) e principalmente das três raças; os portugueses (colonizadores), os índios (colonizados) e os africanos (utilizados como mão-de-obra escrava). Essas três culturas e povos se misturaram gerando a atual sociedade brasileira. Muitos dos costumes aqui vistos foram influências dos povos aqui presentes, como o fato da maioria do culto religioso brasileiro ser do Cristianismo (imposto pelos portugueses colonizadores), temos a higiene e a culinária a base de ervas (vinda dos índios) e as danças africanas terem tido bastante influência nos ritos brasileiros (um exemplo disso é a própria capoeira, criada no Brasil mas influenciada pela dança africana).

Tudo isso contribuiu bastante para a formação brasileira e provou a legitimidade do que foi dito por Darcy Ribeiro em seu filme, provando que a cultura brasileira é, assim como muitas outras, uma colcha de retalhos. A união das pessoas é o que constrói a cultura.

Mutação, Metamorfose, Transformação e a Condição Humana

Integrado a perspectiva do Projeto Interdisciplnar do 2. Ano, coordendo pela Prof. Márcia Lacerda, o Vídeo Russo Hibrios, estimula uma discussão sobre as transformações que fomos submetidos até os nossos dias, um video rico de projecção digital de informações históricas, geográfias, sociólogicas, físicas, químicas e biológicas que convergem... Vale muito a pena assistir.

O vídeo é parâmetro para as discussões do projeto INTERDISCIPLINAR DO 2. ANO ISBA, e foi produto de pesquisa de nossa querida Prof. Helena...PARTICIPEM DO NOSSO PROJETO INTERDISCIPLINAR....

Seminário Segurança & Cultura da Paz


SEMINÁRIO SEGURANÇA E CULTURA DA PAZ










Mesa de discussões Profa.Patricia Smith e Prof. Antonio Mateus
O COMPONENTE CURRICULAR DE SOCIOLOGIA,
EM CONJUNTO COM A COMISSÃO DOS 45 ANOS DO ISBA, REALIZOU NO DIA 06 DE JUNHO O 1. SEMINÁRIO DE SEGURANÇA & CULTURA DA PAZ DO ISBA.

O EVENTO CONTOU COM AS SEGUINTES PARTICIPAÇÕES






PROF. DR. CARLOS ALBERTO COSTA GOMES (Pesquisador e Professor da UNIFACS);

PROFa. MSC. TÂNIA CORDEIRO (Professora da UNEB);

PROFa. MSC. PATRICIA SMITH (Consultora da UNESCO e do IAT - SEC/IAT/BA);

PROFa. DRa. VALNEIDA CASSIA CARNEIRO (Coordenadora e Professora do Curso de Direito da 2. de Julho);

PROF. ADONIS CAIRO (Profesor do ISBA);

PROF. MSC. ANTONIO MATEUS DE CARVALHO (Pesquisador CRH/UFBA; Consultor UNESCO; Professor da UNEB e Professor do ISBA);

NOSSO PRÓXIMO SEMINÁRIO TEMÁTICO SERÁ SOBRE "EDUCAÇÃO & CIDADE", CONTAREMOS COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS VOCÊS.


CONTEÚDO TESTE DE SOCIOLOGIA 3. ANO

Como comunicado o teste de sociologia será no dia 13 de junho (sábado), os assuntos para teste são:


1- DIVERSIDADE CULTURAL


- Conceito de Raça e Etnia
- Conceito de Cultura e suas classificações


2- SOCIOLOGIA NO BRASIL

- Os anos 30 no Brasil
- Origem da sociologia e seus contextos políticos, econômicos e sociais
- Método e pesquisa

3- A SOCIOLOGIA DE GILBERTO FREYRE

- Biografia de Gilberto Freyre
- O livro Casa Grande & Senzala
- Conceito de mestiçagem em Gilberto Freyre
- O negro sob a análise de Gilberto Freyre
- A família patriarcal e o sistema produtivo "plantation"
- As figurações interpretativas do branco, do negro e do índio em Casa Grande & Senzala


Bom teste! Sugiro iniarem pela questão discursiva
Abraço!
Prof. Antonio Mateus Soares

CONTEÚDO TESTE DE SOCIOLOGIA 2. ANO

Como comunicado e discutido em sala de aula, os conteúdos para o 1. teste de sociologia da IIa. unidade serão:


1- PLURALIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL

- matrizes étnicas da formação do povo brasileiro
- o conceito de miscigenação
- conceito de raça, cultura e etnia


2- VIOLÊNCIA E SOCIABILIDADE

- A polissêmia do conceito de violência - as múltiplas violências
- Crime, juventude e violência
- As tipologias de violência: física, material, imaterial, simbólica, institucional, moral etc.
- Violência banalizada

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Atividade de Casa 26.05.2009 - PLURALIDADE


1- Resumo do texto sobre "Diversidade e Pluralidade Cultural"


2- Produção de texto associando o filme O POVO BRASILEIRO e os excertos A CARTA DE CAMINHA e os quadrinhos CASA GRANDE & SENZALA

OLÍMPIADAS 2009.....FILOSOFIA E SOCIOLOGIA


Os vencedores das Olimpíadas de 2008, foram:
-Rafael Martins
-Kalil Aleixo
-Nina Lacerda!!!
Todos foram premiados... além das honrarias pelo mérito.

Maiores Informações de como participar com o Vice Diretor: Prof. Carlos Caldas

Seminário Violência e Cultura da Paz

PARTICIPEM DO 1º. SEMINÁRIO SOBRE VIOLÊNCIA E CULTURA DA PAZ DO ISBA

LOCAL: TEATRO ISBA – AUDITÓRIO PRINCIPAL

DATA: 06 DE JUNHO, A PARTIR DAS 08h


Não deixem de participar a mesa redonda será composta por diversos estudiosos sobre violência!!!

pLuRaLiDaDe & DiVeRsIDADE cUltural.......qUem sOmos?

Cultura do que se trata?

A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem através da sua racionalidade, mais precisamente a inteligência, consegue executar, dessa forma todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são transmitidos das gerações passadas para as futuras.

Identidade Cultural
A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo um conceito de trânsito intenso e grande complexidade Podemos compreender a constituição de uma identidade em manifestações que podem envolver um amplo número de situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.
Pluralidade Cultural

Pluralidade Cultural diz respeito ao conhecimento e à valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira. A Pluralidade Cultural explicita a diversidade étnica e cultural que compõe a sociedade brasileira, oferecendo elementos para a compreensão de que valorizar as diferenças étnicas e culturais não significa aderir aos valores do outro, mas respeitá-los como expressão da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade intrínseca, sem qualquer discriminação.

O POVO BRASILEIRO!!!! PLURALIDADE E DIVERSIDADE




EXIBIÇÃO DO FILME “O POVO BRASILEIRO”



Nos dias 25 e 26 de maio de 2009, integrando as discussões sobre PLURALIDADE E DIVERSIDADE CULTURA, as turmas do 2. ANO do ISBA, assistiram e discutiram o conceito de MISCIGENAÇÃO E MESTIÇAGEM, conforme sinalizações teóricas de Darcy Ribeiro, que pontua a importância das três matrizes étnicas no processo de formação da população brasileira.


Como ATIVIDADE DE CASA, foi solicitado que os alunos produzissem um texto associando o filme O POVO BRASILEIRO, e partes do Livro Casa Grande & Senzala de Gilberto Freyre.


SEGUNDO ANO "E" NO MUSEU DE ARTE SACRA!!!
















A interdisciplinaridade como uma possibilidade de diálogo permanente!!!!










VISITA AO MUSEU DE ARTE SACRA

Encontre sua foto na Visita ao Museu! Atividade Interdisciplinar ISBA - 2009














ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR

A visita ao Museu de Arte Sacra da Bahia, assim como a passagem ao Mosteiro de São Bento, constituíram-se como momentos de reflexão interdisciplinar com os alunos do 2.ANO ISBA. Nesta visita que dialogou com Religião, Sociologia, História, Literatura e Redação, os alunos perceberam a riqueza histórica tanto do Museu Sacro como do Mosteiro de São Bento.



















PRODUÇÕES E REFLEXÕES 2. ANO (ENCONTRE SEU TEXTO)

TEMPOS MODERNOS – LEITURA FÍLMICA E PRODUÇÃO TEXTUAL

Os negros foram, durante muito tempo, subjugados e explorados, tratados como coisas, vivendo em condições subumanas no regime da escravidão. A justificativa para tal regime era a suposta inferioridade deles em relação as raças brancas que, por serem superiores, tinham o direito de explorar as menos aptas. Tal ideologia, defendida pelo darwinismo social, enraizou preconceitos que repercutem até hoje, mesmo que de maneiras mais "brandas". As consequências dessa visão deturpada e estereotizada das raças foi a marginalização e a exclusão dos negros, que saiu das senzalas para viver nas favelas. Apesar disso, muitos afrodescendentes conseguiram transpor as barreiras do preconceito e ascenderam socialmente, devido, principalmente, ao novo olhar que a sociedade contemporânea têm das diferenças e o enfraquecimento do darwinismo social.
Apesar desses avanços, o preconceito ainda existe. A política de cotas é uma clara evidência dele. É um sistema contraditório pois, ao defender uma reparação dos males causados aos antepassados dos afrodesdendentes, simultaneamente ajuda a alimentar o preconceito em relação a estes, ao subjugar o seu intelecto, a sua capacidade de concorrer igualitariamente com os não cotistas.
Além disso, é importante ressaltar que a riqueza não é sinônimo de inteligência, ou seja, a falta de oportunidade das pessoas de baixa renda, a maioria negras, não deve ser remediada com o que diz respeito à sua inteligência. Se a atual sociedade prega a igualdade de direitos, seria mais coerente possibilitar a estas pessoas menos favorecidas economicamente um ensino gratuito de qualidade, o que não ocorre. Assim, podemos perceber que as cotas não passam de um "retalho" funcional do governo que, infelizmente, não prioriza a educação.
JAMILE – 2º. ANO ISBA

CRÍTICA A SOCIEDADE CAPITALISTA– LEITURA FÍLMICA E PRODUÇÃO TEXTUAL

Revolução, movimento que busca a alteração do sistema empregado na sociedade. No caso do filme, a revolução, iniciada pelos donos dos meios de produção, busca o lucro, prejudicando assim o resto da sociedade e, principalmente, os que se opõem ao sistema.
Ao contrário de alguns filmes, como “Tropa de Elite”, não existe a possibilidade de usar o sistema contra ele mesmo. Em uma sociedade capitalista o que hoje seriam vistas como pessoas (seres singulares, porém com relações) eram vistas como indivíduos (seres sem relações), que para conseguirem sobreviver devem se adaptar ao sistema, levando algumas pessoas a loucura, outras a morte e as que sobraram uma tensão social generalizada.

Problemas mentais e físicos eram constantes nessa época, principalmente aos trabalhadores que tinham que conseguir turnos extras e sempre mais eficientes para trazer comida à sua casa e lucro ao seu chefe, dono da fábrica, que se preocupava cada vez menos de com quanta comida o trabalhador chegaria em casa, e cada vez mais com quanto ele o trazia lucro.


Matheus Silva Frota - 2ª - ISBA

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O PIONEIRISMO INGLÊS

A Revolução Industrial veio à tona no séc. XVIII com mais intensidade na Inglaterra. Pode-se dizer que a Inglaterra foi a pioneira desta revolução devido a alguns fatores que favoreceram-na como a mão de obra abundante e a sua localização geográfica que se situava em um local próximo às reservas de carvão mineral (principal fonte de energia da época).
A Revolução Industrial, como o próprio nome já diz, revolucionou os produtos, o modo de produção, as relações de trabalho, gerou mudanças na sociedade e problemas para a mesma. O modo de produção por exemplo passou a ser realizado por maquinas, que resultou em desemprego, e os produtos agora eram confeccionados em larga escala para acompanhar a demanda do mercado consumidor. Os operários que trabalhavam junto com as maquinas eram submetidos à todo tipo de exploração por seus patrões, de jornadas de trabalho de até 18horas a castigos físicos caso não fossem eficientes. Não havia férias, direitos do trabalhador e nem décimo terceiro salário, com isso formou-se os primeiros sindicatos que lutavam por melhores condições de trabalho.
A poluição ambiental, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade.
JOÃO LUCAS CUNHA COSTA – 2º. ANO/ ISBA

TEMPOS MODERNOS – LEITURA FÍLMICA E PRODUÇÃO TEXTUAL
A Revolução Industrial (séc. XVIII) caracterizou-se por uma reforma em toda a economia e nas formas de trabalho. O advento das fábricas gerou uma setorização das atividades e mecanização da força trabalhista, que exigiu do operário disposição e disciplina absurdas. A economia, baseada quase que totalmente na produção, avançou em busca de mão-de-obra barata e farto mercado consumidor.
A luta pelo barateamento da mão-de-obra, porém, não foi sem consequências. O interesse da burguesia em desvalorizar as funções do trabalhador gerou péssimas condições de sobrevivência para este último que, incluso num sistema opressor, se via predestinado à subumanidade. A falta de tempo de descanso, higiene em local de trabalho, justa remuneração, pagamento de horas extras ou quaisquer outros direitos trabalhistas pouco dizia à classe empregadora, que muito menos se importava com o trabalho infantil ou de gestantes.
É dentro desse contexto de exploração que se desenrola, sob ótica satírica, o longa-metragem “Tempos Modernos”, estrelado pelo inigualável Charles Chaplin. O humor do filme é, na verdade, o menos relevante, se considerarmos com olhos críticos o seu importante papel de denúncia de um período que, guiado pela ambição desenfreada, montou os pilares da sociedade que temos hoje.

FERNANDA SAMPAIO – 2º B/ISBA
TEMPOS MODERNOS E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Esse filme retrata bem o início da Revolução Industrial, e já tem uma visão futurística das suas nítidas e possíveis conseqüências perante a sociedade. A Revolução Industrial teve um caráter tecnológico, ao passo que, trouxe muitos benefícios, vantagens e privilégios, somente aos patrões, aos detentores de grande poder aquisitivo, ou seja, aos burgueses. Pois em relação à camada popular mais pobre, só trouxe desemprego e instabilidade econômica e familiar. Uma vez que, com a Revolução Industrial, houve o surgimento de máquinas que passaram exercer de certa forma o trabalho humano, que deixou de ser artesanal e passou a ser industrial (maquinofatura), gerando milhares de desempregos, contudo teve um lado bom nessa história, pois baixaram-se o preço das mercadorias e acelerou o ritmo de produção. A Inglaterra foi o precursor de todas as nações nessa revolução, pois detinha grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, que era o combustível, a principal fonte de energia das máquinas e locomotivas à vapor. A situação social gerada pela Revolução Industrial foi de grande calamidade, pois com o desemprego que se alastrava a situação econômico-social não poderia prosseguir de tal forma. Houve uma mobilidade social, formas de manifestações mais radicais como o Ludismo, os também conhecidos como “quebradores de máquinas” que invadiam as fabricas e destruía seus equipamentos como forma de protesto. Isso levou numa maior união social, que tinham um mesmo ideal comum, que era de protestar, por mais direitos trabalhistas.
ALICE SOUZA – 2º. ANO /ISBA

“COMÉDIA TRÁGICA” o filme tempos modernos
No filme de Charles Chaplin, percorre uma comédia trágica sobre como a sociedade vivia e se relacionava na Inglaterra durante a Revolução Industrial no século XX, que serve também como crítica à situação da sociedade da época. O protagonista, atuado por Charles, sofria exploração extremo do seu patrão, até que sofreu um ataque de nervosismo. Após demissão, Charles ganhou consciência de que será difícil arrumar outro emprego, mesmo aceitando situações de emprego bastante intensos. Na época aconteciam muitos movimentos operários, exigindo uma reforma trabalhista. Ocorreu um ataque policial para parar um movimento que estava acontecendo nas ruas da cidade e Charles, por estar no lugar errado na hora errada, foi pego pelos policiais e foi preso. Durante sua estádia na prisão, ele demonstrou ser um homem digno e honesto, recebendo depois das policiais, liberdade. Só que o protagonista percebeu que dentro da prisão, sua vida estava muito mais estável e garantida. Tinha comida, roupa e lugar para dormir. Charles resistiu na sua saída, porém saiu. Teve uma cena de irmãs que sofriam das dificuldades da época e estavam roubando bananas de uma feira, para se alimentarem. As irmãs tinham um pai viúvo, porém sofreu uma bala perdida durante um movimento operário na rua. Órfãos eram bastante comuns nesta fase, pois tinha muita violência presente nas ruas. A sobrevivência familiar já estava muito difícil, por falta de trabalho, quando crianças perdiam ambos seus pais, ficavam sem rumo e sem sustentação. Essas situações que ocorriam era por conta da troca de mão-de-obra humana por maquinas e novas tecnologias. Dessa maneira, a Revolução Industrial abalou a sociedade, colocando o capitalismo no lugar da solidariedade. Não é a toa que muitos referem à década de 30 como “A Grande Depressão.”
Nichole Michelle Sapucaia 2º E

domingo, 5 de abril de 2009

ASSUNTOS PARA O 2. TESTE DE SOCIOLOGIA

2. TESTE DE SOCIOLOGIA- 07. 03.2009 (terça-feira)

1- CONCEITO DE SOCIOLOGIA E SOCIEDADE

2- A TEORIA DE AUGUSTE COMTE - POSITIVISMO

3- REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SOCIEDADE

4- DARWINISMO SOCIAL E SEUS EFEITOS NAS ANÁLSES SOCIAIS

domingo, 15 de março de 2009

EXIBIÇÃO DE VÍDEO


NO DIA 17 DE MARÇO (TERÇA-FEIRA)

TEREMOS EXIBIÇÃO E EXPLANAÇÃO DO FILME

"TEMPOS MODERNOS" PARA O 2a.ANO...


NÃO PERCAM.

EXCERTOS TEXTO REVISTA CAROS AMIGOS (3A. ANO)


EXCERTOS DOS TEXTOS DISCUTIDOS - POS-MODERNIDADE (REVISTA CAROS AMIGOS)




1º. TEXTO:. O MUNDO EM NOVA CONFIGURAÇÃO (por Adauto Novaes)
O mundo em nova configuração é um mundo em constante mutação, onde há crises nas instituições políticas e culturais, das normas morais e éticas, da sensibilidade e das mentalidades, esta mutação é fruto de dois fenômenos incontornáveis, a globalização e a revolução tecnocientífica.
O grande problema que se apresenta neste mundo em mutação, regido pela ciência-poder, é que não mais sabemos propriamente onde estamos e para onde vamos porque o movimento vertiginoso da revolução técnica escapa ao entendimento.
O império da técnica no mundo em mutação não é uma acidente da civilização ocidental, mas a própria essência deste mundo. Segundo Adauto Novaes “estamos na presença da ‘inauguração de um mundo sem homem’, [...] pois com o surgimento da inteligência artificial e as idéias de trans-humano e pós-humano, com o descontrole do tempo histórico e a banalização da experiência humana e com as transformações dos sentidos do amor e da amizade, estaria o homem renunciando definitivamente ao seu destino-humano”.( Revista Caros Amigos, 2007, p. 06)

Alguns teóricos a exemplo de Hannah Arendt, já havia indicado críticas a este processo, sobretudo no que se refere à captura do pensamento pela máquina: “ É possível que nós, criaturas terrestres que começamos a agir como habitantes do universo, não sejamos mais capazes de compreender, ou seja, de pensar e de exprimir as coisas que, no entanto, somos capazes de fazer. Nesse caso, tudo se passaria como se nosso cérebro, que constitui a condição material, física de nossos pensamentos, não pudesse mais acompanhar o que fazemos, de modo que doravante teríamos realmente necessidade de máquinas para pensar e para falar em nosso lugar”.
Para Adauto Novaes o mundo em mutação põe o “espírito” em perigo, o “espírito” como a potência do homem de transformar o mundo, é re-orientado pelas modulações da tencnociência. Em sua reflexão o mesmo se apóia em Paul Valéry: “O espírito tornou-se impossível porque ele é supérfluo e como ele toda a nossa civilização está em jogo, prestes a se destruir por seus próprios meios” .

2º. TEXTO:. NÃO SABEMOS MAIS PARA ONDE VAMOS – O PÓS HUMANO É APENAS UM NOME PARA NOSSA IGNORÂNCIA. (por Léo Arcoverde)
Para Jair F. dos Santos: “acabou a revolução natural do homem”, a interação maior do ser humano não é mais com a natureza, não é mais biológica, e sim com as máquinas inteligentes. Para este pesquisador a tendência é que os órgãos humanos sejam substituídos progressivamente por órgãos artificiais – a era das chamadas “próteses informacionais”.

O homem na ordem pós-humana, é um animal informacional que se comunica a partir de códigos computacionais elaborados pela hipercomputação, a biotecnologia e a neurociência. O símbolo do pós humano é o cyborg a mistura de um organismo com próteses cibernéticas, uma projeção humana com rendimento muito superior ao rendimento de um humano sob vários aspectos. O pós-humano para Jair F. dos Santos é uma expressão-tampão para a falta de léxico para descrevermos a própria experiência de não saber para onde estamos indo e o que somos. Trata-se de uma ficção de transcendência.
3º. TEXTO:. O SER HUMANO É POR DEFINIÇÃO OBSOLETO. (por Léo Arcoverde)
Segundo o pesquisador da UFRJ, “o homem é obsoleto por essência, à medida que ele é uma superação de si mesmo, muito embora eu acredite que as novas definições do ser humano encaminham sempre para uma possibilidade de ele se reinventar”.
A ficção cientifica é um relato sobre o futuro ligado à tecnociência e que pode ser um relato otimista – quando se imagina um futuro, em que haja de fato uma melhoria das condições de vida, da felicidade humana – ou uma piora, uma decadência. Na ficção científica é muito evidente que a função da máquina é tão-somente a possibilidade de, a partir de um confronto – não necessariamente um confronto negativo contra a máquina – o homem se redescubra enquanto sua essência. A constatação da obsolescência do homem é uma espécie de constatação recorrente de que os dados precisam ser alterados, precisa modificar a definição de fatores para encarar uma nova realidade.

DARWINISMO SOCIAL














DARWINISMO SOCIAL









DARWINISMO SOCIAL É A ANÁLISE SOBRE A SOCIEDADE

O Darwinismo social é um dos elementos metodológicos da tríade conceitual positivista, juntamente com o organicismo e o evolucionismo. O termo “darwinismo social” foi popularizado em 1944 pelo historiador americano Richard Hofstadter e geralmente tem sido usado mais pelos críticos do que por defensores do que o termo supostamente representa. Para Allan Johnson o Darwinismo Social, pode ser compreendido como uma adaptação feita no século XIX da teoria da evolução de Charles Darwin, é uma explicação teórica da vida social humana em geral e da desigualdade social em particular. Da forma exposta por Hebert Spencer na Grã-Bretanha e, em maior extensão, por William Graham Summer nos Estados Unidos, o desenvolvimento das sociedades assemelha-se à evolução natural com competição entre vários grupos (raciais, étnicos, de classe etc.), fornecendo a dinâmica necessária para que a sociedade progrida através da vitória de grupos superiores sobre os inferiores e menos “aptos”. No tocante à desigualdade social, o darwinismo social atribuía a brecha entre ricos e pobres principalmente a maior “aptidão” dos primeiros para sobreviver e prosperar. Tal teorização possui incongruências profundas e goza de pouca credibilidade entre os modernos cientistas sociais.

A ORIGEM DAS ESPÉCIES (Charles Darwin)As teorizações de Charles Darwin influenciou muito as formulações do darwinismo social, através da teoria da seleção natural Darwin explicou a diversidade de espécies através da evolução dos seres vivos. Com a teoria da evolução diversos cientistas criaram correntes teóricas que defendiam a tese das diferenças raciais entre os seres humanos, da importância de um controle sobre a demografia humana, da possível inferioridade dos povos negros, principalmente no que se refere a inteligência, e a alta taxa de criminalidade e o combate contra a miscigenação.
Um conjunto de pensadores atribuem a fonte do darwinismo social ao próprio Darwin, que na sua obra: A Origem do Homem, havia aplicado o sua teoria ao mundo social. Nesta obra, Darwin ocupa-se da evolução humana e ao fazê-lo aplica os mesmos critérios que utiliza em A Origem das Espécies. Entretanto, foi Herbert Spencer o autor que popularizou a idéia de que grupos e sociedades evoluem através do conflito e da competição. De acordo com esse pensamento, existiriam características biológicas e sociais que determinariam que uma pessoa é superior à outra e, que, as pessoas que se enquadrassem nesses critérios seriam as mais aptas. Geralmente, alguns padrões determinados como indícios de superioridade em um ser humano seriam o maior poder aquisitivo; a maior habilidade nas ciências humanas e exatas e a raça da qual ela faz parte.
O Darwinismo Social foi empregado para tentar explicar a pobreza pós-revolução industrial sugerindo que os que estavam pobres eram os menos aptos (segundo a teoria de Darwin). Durante o século XIX as potências européias também usaram o Darwinismo Social como justificação para o Imperialismo europeu.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO
[Na contra mão do óbvio]

A partir das discussões em sala de aula e de seu entendimento sobre Darwinismo Social, elabore um texto dissertativo focalizando uma crítica atualizada sobre a política de cotas em relação aos negros e afro descendentes nas universidades públicas brasileiras. Observe atentamente para o teor ultrapassado do Darwinismo Social e emita seu parecer crítico sobre estes pontos polêmicos. Realize também uma leitura da situação econômica e cultural dos negros e afro descendentes tendo em vista a contra critica ao Darwinismo.

EFEITOS SOCIAIS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SOCIEDADE NO SÉCULO XVIII

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.
Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. A mão-de-obra disponível em abundância, também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês. O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas à vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionaram o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.
ALTERAÇÕES SOCIAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO
As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação à vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.
A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e poucos qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população.
ATIVIDADE PARA CASA

1- A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ACONTECEU NA INGLATERRA POR DIVERSOS MOTIVOS ENTRE ESTES, PODEMOS AFIRMAR COMO CERTOS:

A-( ) A Inglaterra foi pioneira porque os EUA não tinha interesse imediato na Revolução Industrial, pois se tivesse ela teria ocorrido nos Estados Unidos, tendo em vista que este país é o mais rico do mundo.
B-( ) Vários fatores podem ser considerado como influenciadores entre estes as riquezas que a Inglaterra conseguiu acumular com a exploração de outros países.
C- ( ) O motivo primordial da revolução ter acontecido na Inglaterra é o fato deste país ter uma excelente localização geográfica e proximidade com o Oceano Atlântico.
D-( )A sociedade inglesa como um todo possui o anseio pela revolução, os motivos foram diversos e aspiração de grupos específicos contribuiu muito.
E-( ) As fontes de energia natural que se localizavam na Inglaterra não se constituem como fator decisivo para a revolução ter acontecido, e sim o fato deste país ter muita reserva mineral.
F-( ) Além de uma série de fatores importantes,a Inglaterra possui mão de obra abundante e qualificada.

2- SABEMOS QUE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL TROUXE CONSIGO UM FARDO DE ALTERAÇÕES NA VIDA SOCIAL, QUE FORAM IMPRESCINDIVEIS PARA O SURGIMENTO DE PROBLEMAS NA SOCIEDADE DA ÉPOCA, ENTRE ESTES NÃO PODEMOS CONSIDERAR:

A-( ) Com a Revolução Industrial na Inglaterra a sociedade foi impactada com um desenvolvimento manufatureiro nunca antes visto, questão que contribuiu muito para a geração de riqueza e a diminuição do número de pobres.
B- ( ) Através da Revolução e da complexização da relação de trabalho, um número maior de pessoas tiveram oportunidade de trabalho na fábrica, assim como o reconhecimento de seus direitos como cidadão empregado.
C-( ) Crescimento acelerado da acumulação de riqueza; crescimento abrupto e desorganizado das cidades; migração campo-cidade e uma série de outros problemas, a exemplo do aumento gradativo de doenças na população que se urbanizava.
D- ( ) A revolução industrial, marcou um período importante na história da humanidade, tanto na dimensão social, como política econômica.
E- ( ) Com a Revolução a situação entre patrão e empregado fico mais complexa, o nível de exploração do primeiro em relação ao segundo, também aumentou progressivamente.
F-( ) Um dos fatos importantes estimulados pela Revolução Industrial, que aconteceu na Alemanha, antes mesmo de acontecer na Inglaterra, foi a consolidação do capitalismo e o aceleramento da globalização.
G- ( ) Sem sombra de dúvida a Revolução Industrial trouxe consigo uma perversa competição entre classes, que ainda se mostra presente na sociedade.

POSITIVISMO

COLÉGIO INSTITUTO SOCIAL DA BAHIA
Disciplina: Sociologia – 2ª ANO
Prof. Antonio Mateus de C. Soares
http://www.sociologiaisba.blogspot.com/


POSITIVISMO



AUGUSTE COMTE (1798-1857) E O POSITIVISMO
Auguste Comte nasceu em Montpellier, França, em 19 de janeiro de 1798, filho de um fiscal de impostos. Suas relações com a família foram sempre tempestuosas e contêm elementos explicativos do desenvolvimento de sua vida e talvez até mesmo de certas orientações dadas às suas obras, sobre­tudo em seus últimos anos.
CONTEXTO HISTÓRICO
Em 1816, a onda reacionária que se apoderou de toda a Europa, depois da derrota de Napoleão e da Santa Aliança, repercutiu na Escola Politécnica. Os adeptos da restauração da Casa Real dos Bourbon conseguiram o fechamento temporário da Escola, acusando-a de jacobinismo, Comte deixou a Politécnica e, apesar dos apelos insistentes da família, resolveu continuar em Paris. Nesse período sofreu as influências dos chama­dos “ideólogos”: Destutt de Tracy (1754 – 1836), Cabanis (1757 - 1808) e Volney (1757 - 1820). Leu também os teóricos da economia política, como Adam Smith (1723 - 1790) e Jean-Baptiste Say (1767 - 1832), filósofos e historiadores como David Hume (1711 - 177 6) e W William Robertson (1721 - 1793). O fator mais decisivo para sua formação foi, porém, o estudo do Esboço o de um Quadro Histórico dos Progressos do Espírito Humano, de Condor­cet (1743 - 1794), ao qual se referiria, mais tarde, como "meu imediato predecessor". A obra de Condorcet traça um quadro do desenvolvimento da humanidade, no qual os descobrimentos e invenções da ciência e da tecnologia desempenham papel preponderante, fazendo o homem caminhar para uma era em que a organização social e política seria pro­duto das luzes da razão: Essa idéia tornar-se-ia um dos pontos fundamentais da filosofia de Comte.
OS TRÊS TEMAS BÁSICOS
O núcleo da filosofia de Comte radica na idéia de que a sociedade só pode ser convenientemente reorganizada através de uma completa reforma intelectual do homem. Com isso distingue-se de outros filósofos de sua época como Saint-Simon e Fourier, preocupados também com a reforma das instituições, mas que prescreviam modos mais diretos para efetivá-la. Enquanto esses pensadores pregavam a ação prática imediata, Comte achava que antes disso seria necessário fornecer aos homens novos hábitos de pensar de acordo com o esta­do das ciências de seu tempo. Por essa razão, o sistema Comteano estruturou-se em torno de três temas básicos. Em primeiro lugar, uma filosofia da história com o objetivo de mostrar as razões pelas quais uma certa maneira de pensar (chamada por ele filosofia positiva ou pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em segundo lugar, uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva. Finalmente, uma sociologia que, deter­minando a estrutura e os processos de modificação da sociedade permitisse a reforma prática das instituições. A esse deve-se acrescentar a forma religiosa assumida pelo plano de renovação social, proposto por Comte nos seus últimos anos de vida.



O PROGRESSO DO ESPÍRITO
A filosofia da história – primeiro tema da filosofia de Comte – pode ser sintetizada na sua célebre lei dos três estados: todas as ciências e o espírito humano como um todo se desenvolvem através de três fases distintas: a teológica, a metafísica e a positiva.
No estado teológico o número de observações dos fenômenos reduz-se a poucos casos e, por isso, a imaginação desempenha papel de primeiro plano. Diante da diversidade da natureza, o homem só consegue explica-­la mediante a crença na intervenção de seres pessoais e sobrenaturais. O mundo torna-se compreensível somente através das idéias de deuses e espíritos. Segundo Comte, a mentalidade teológica visa a um tipo de compreensão absoluta; o homem nesse estágio de desenvolvi­mento acredita ter posse absoluta do conhecimento. Além dos limites dos seres sobrenaturais, o homem não analisa qualquer problema sem recorrer à intervenção das divindades, que por sua vez fornece um quadro para compreensão dos fenômenos que ocorrem ao seu redor.
O estado teológico se divide em três estágios sucessivos: o fetichismo, o politeísmo e o monoteísmo. No fetichismo observa-se uma vida espiritual atribuída aos seres naturais. O politeísmo esvazia os seres naturais das vidas humanas e as explicações sobre a vida institui-se a partir das crenças às divindades. No monoteísmo, a distância entre os seres e seus princípios explicativos aumenta ainda mais; o homem, nesse estágio, reúne todas as divindades em uma só.
A fase teológica monoteísta representaria no desenvolvimento do espírito humano uma etapa de transição para o estado metafísico. Este inicialmente concebe “forças” para explicar os diferentes grupos de fenômenos em substituição às divindades da fase teológica. Fala-se então de uma “força física”, uma “força química”, uma “força vital”. Num segundo período, a mentalidade metafísica reuniria todas essas forças numa só, a chamada “natureza”, unidade que equivaleria ao deus único do monoteísmo.
O estado metafísico tem segundo Comte, outros pontos de contato com o teológico. Ambos tendem à procura de soluções absolutas para os problemas do homem; a metafísica, tanto quanto a teologia, procura explicar a “natureza íntima” das coisas, sua origem e destinos últimos, bem como a maneira pela qual são produzidas. A diferença reside no fato da metafísica colocar o abstrato no lugar do concreto e a argumentação no lugar da imaginação. Nessa perspectiva Comteana, o estado metafísico se caracterizaria fundamentalmente pela dissolução do teológico. A argumentação penetrando nos domínios das idéias teológicas traria à luz suas contradições inerentes e substituiria a vontade divina por "idéias" ou "forças". Com isso, a metafísica destruiria a idéia teológica de subordinação da natureza e do homem ao sobrenatural.
O PENSAMENTO POSITIVO
O estado positivo caracteriza-se, segundo Comte, pela subordinação da imaginação pela observação. Cada proposição enunciada de maneira positiva deve corresponder a um fato, seja particular, seja universal. Isso não significa, porém, que Comte defenda um empirismo puro, ou seja, a redução de todo conhecimento à apreensão exclusiva de fatos isolados. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (procedimento teológico ou metafísico) e torna-se pesquisa de suas leis, entendidos como relações constantes entre fenômenos observáveis. Quando procura conhecer fenômenos psicológicos, o espírito positivo deve visar às relações imutáveis presentes neles - como quando trata de fenômenos físicos, como o movimento ou a massa; só assim conseguiria realmente explicá-los. Segundo Comte, a procura de leis imutáveis ocorreu pela primeira vez na história quando os antros gregos criaram a astronomia matemática. Na época moderna, o mesmo procedimento reaparece em Bacon (1561 - 1626), Galileu (1564 - 1642) e René Descartes (1596 - 1650), os fundadores da filosofia positiva, para Comte.
A filosofia positiva ao contrário dos estados teológico e metafísico considera impossível a redução dos fenômenos naturais a um só princípio (Deus, natureza ou outro experiência equivalente). Segundo Comte, a experiência nunca mostra mais do que uma limitada interconexão entre determinados fenômenos. Cada ciência ocupa-se apenas com certo grupo de fenômenos, irredutíveis uns aos outros. A unidade que o conhecimento pode alcançar seria, assim, inteiramente subjetiva, radicando no fato de empregar-se um mesmo método, seja qual for o campo em questão: uma idêntica metodologia produz convergência e homogeneidade de teorias.
Essa unidade do conhecimento não é apenas individual, mas também coletiva; isso faz da filosofia positiva o funda­mento intelectual da fraternidade entre os homens, possibilitando a vida prática em comum. A união entre a teoria e a prática seria muito mais íntima no esta­do positivo do que nos anteriores, pois o conhecimento das relações constantes entre os fenômenos torna possível deter­minar seu futuro desenvolvimento. O conhecimento positivo caracteriza-se pela previsibilidade: “ver para prever” é o lema da ciência positiva. A previsibilidade científica permite o desenvolvi­mento da técnica e, assim, o estado positivo corresponde à indústria, no sentido de exploração da natureza pelo homem.
Em suma, o espírito positivo, segundo Comte, instaura as ciências como investigação do real, do certo e indubitável, das verdades absolutas, do precisamente determinado e do útil. Nos domínios do social e do político, o estágio positivo do espírito humano marcaria a passagem do poder espiritual para as mãos dos sábios e cientistas e do poder material para o controle dos industriais.
O POSITIVISMO NO BRASIL
O positivismo de Auguste Comte exerceu larga influência nos mais variados círculos. Enquanto doutrina sobre o conhecimento e sobre a natureza do pensamento científico, incorporou-se a outras correntes análogas, que procuraram valorizar as ciências naturais e suas aplicações práticas. Junto a essas outras correntes, o positivismo constitui um dos traços característicos do pensa­mento que se desenvolveu na Europa durante o século XIX.
As primeiras manifestações do positivismo no Brasil datam de 1850, quando Manuel Joaquim Pereira de Sá apresentou tese de doutoramento em ciências físicas e naturais, na Escola Militar do Rio de Janeiro. A esse trabalho viriam juntar-se a tese de Joaquim Pedro Manso Sayão sobre corpos flutuantes e a de Manuel Pinto Peixoto sobre os princípios do cálculo diferencial. Em todos se encontram inspirações da filosofia Comteana.
Em 1876 fundou-se a primeira sociedade positivista do Brasil, tendo a frente Teixeira Mendes, Miguel Lemos e Benjamin Constant (1836 - 1891). No ano seguinte, os dois primeiros viajaram para Paris, onde conheceram Émile Littré e Pierre Laffite. Miguel Lemos decepcionou-se com “o vazio do littreísmo” e tornou-se adepto fervoroso da religião da humanidade, dirigida por Laffite. De volta ao Brasil fundou a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro, que constitui a origem do Apostolado Positivista do Brasil e da Igreja Positivista do Brasil, cuja finalidade era “for­mar crentes e modificar a opinião por meio de intervenções oportunas nos negócios públicos”.
Entre essas intervenções, sem dúvida, foi importante a participação dos positivistas no movimento republicano, embora seja um exagero dizer-se que foram eles que proclamaram a República, em 1889. Influíram, é verdade, na Constituição de 1891 e a bandeira brasileira passou a ostentar o lema Comteano “Ordem e Progresso”.


(Texto organizado pelo Professor da Disciplina)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sociedade e Sociologia

COLÉGIO INSTITUTO SOCIAL DA BAHIA
Disciplina: Sociologia – 2ª ANO
Prof. Antonio Mateus de C. Soares
http://www.sociologiaisba.blogspot.com


Sociedade e Sociologia

Instituições I - SOCIEDADE: AFINAL DO QUE SE TRATA?

O conceito de sociedade é polissêmico e pode ser definido de diversas formas, entretanto suas problematizações conceituais não podem deixar escapar que o entendimento mais coerente da sociedade se instaura no momento em que a percebemos como uma rede de relações entre indivíduos, grupos sociais e instituições. Para Thomas Bottomore (1979), “a sociedade é uma rede de relações entre indivíduos, entre grupos sociais e instituições”. Por isso se analisa a sociedade tanto no nível das relações entre indivíduos na sua vida cotidiana como no nível da forma ou estrutura de tais relações, posto que estas aparecem personificadas nos contextos de normas e regras que regulam a vida social.

A sociedade se inicia e se esgota no individuo como um conjunto de partes que interagem e se constituem, ou seja, o individuo é integrante da sociedade, se constitui na sociedade e se reproduz em um processo dinâmico de reinvenções: a sociedade que é produzida pela relação entre os indivíduos tem como instrumento de objetivação e explicitação o próprio indivíduo que passa a ser reprodutor e reflexo da sociedade. O indivíduo isolado não constitui a sociedade, mas por mais complexo que isto possa parecer, o indivíduo isolado em sua constituição passou por instituições e por formatações sociais que implicaram numa relação tênue e quase indissociável entre as categorias de INDIVIDUO e COLETIVO, que se instauram e se mostram presente nas macros e micros instituições sociais.


Indivíduo
Circuitos e Redes Sociais
Sociedade



A sociedade se institui a partir de circuitos e redes sociais que interagem e mantêm uma articulação similar ao do organismo humano, (apesar de alguns teóricos sociais serem contra a analogia a mesma se faz necessária por sua capacidade analítica). Deste modo, a sociedade como um organismo humano trabalha de forma integrada, o sistema orgânico biológico é substituído pelos sistemas institucionais que se organizam e se articulam de forma a buscar produzir um melhor funcionamento social. Como um organismo em transformação permanente a sociedade se forma a partir de micro e macro estruturas sociais que acompanham as mudanças humanas em seu transcurso histórico: portanto, a sociedade deve ser estudada em seu desenvolvimento histórico e não como um simples grupo de gente ou um conjunto de instituições existentes num dado momento.


A definição de sociedade é infindável e rica em possibilidades de problematização, assim apresentamos os conceitos de Allan G. Johnson (1997) – Guia Prático da Linguagem Sociológica:

SOCIEDADE: Sociedade é um tipo especial de sistema social que, como todos os sistemas sociais, distinguem-se por suas características culturais, estruturais e demográficas/ecológicas. Especificamente, é um sistema definido por um território geográfico (que poderá ou não coincidir com as fronteiras de Nações- Estado), dentro do qual uma população compartilha de uma cultura e estilo de vidas comuns, em condições de autonomia, independência e auto-suficiência relativas. É necessário especificar “relativa”, porque se trata de questões de grau no mundo moderno, de sociedades interdependentes. É seguro dizer, no entanto, que elas figuram entre os mais autônomos e independentes de todos os sistemas sociais.

SOCIAL: O termo social pode ser aplicado a quase tudo que se relaciona com sistemas sociais, suas características e a participação das pessoas neles. Quando dois amigos conversam, seu comportamento é social na medida em que se valem da cultura no que interessa à linguagem, às expectativas recíprocas, à compreensão de ambos do que constitui uma amizade e assim por diante.

A sociedade em seu movimento complexo se instaura como objeto de estudo das Ciências Sociais, em especial da sociologia, que busca compreender os fenômenos sociais a partir de aprofundamentos teóricos e da aplicação de métodos investigativos apropriado com a questão levantada: se a análise se relacionar ao crescimento do desemprego nos países de terceiro humano, certamente as teorização e os métodos da investigação se pautaram na sociologia do trabalho no mundo globalizado; se a curiosidade investigativa busca decodificar os motivos para a compreensão da violência urbana nos grandes centros, os métodos de pesquisa, assim como os aportes teóricos possivelmente seriam outros, ou quem sabe o mesmo, mas com uma análise que atendesse aos interesses e objetivos do foco investigativo em evidência. A sociologia, como campo específico das Ciências Sociais, surge com a finalidade de compreender as questões que se constituem e se expressam na sociedade, não apenas problemas urbanos complexos, como também questões simples da vida cotidiana. A sociologia investiga o senso comum, mas não se deixa contaminar com o imediatismo das análises simplistas que o senso comum promove, buscando sempre aportes científicos e metodológicos.


II – A SOCIOLOGIA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS

As reflexões mais sistematizadas sobre as análises sociais começaram a ser formuladas no momento em que a sociedade começou a se diversificar, neste sentido, apontamos a Revolução Industrial (1750), iniciada na Inglaterra que deu origem a novos grupos sociais e a novos fenômenos que necessitariam de um campo especifico de investigação. A Revolução Industrial trouxe não só o avanço nos meios tecnológicos e produtivos, mas também uma total reorganização nos estilos de vida social, um alteração radical do ethos da população européia, a gradativa inversão da vida rural que começou a se urbanizar, o aparecimento dos conceitos de burguesia e classe social.

Revolução Industrial

Com as mudanças ocasionadas pelas revoluções ocorridas, diversos pensadores começaram a refletir sobre os novos fenômenos sociais: “A Sociologia constituiu em certa medida uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela Revolução Industrial”. Foi no século XIX, com Auguste Comte, Hebert Spencer, Gabriel Tarde e, principalmente Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx – que a investigação dos fenômenos sociais ganhou um caráter verdadeiramente cientifico.

Além da Revolução Industrial, merece destaque a Revolução Francesa (1789), que concorreu para a ascensão da burguesia ao poder e manifestar com maior força os problemas e conflitos sociais. A Revolução Francesa mostrou que a sociedade estava dividida em grupos sociais antagônicas – a nobreza, a burguesia, os burguesia, os camponeses -, que as relações entre esses grupos era de tensão e conflito e que o domínio exercido por qualquer um dos grupos não era permanente. A Revolução Francesa marcou a constituição do Estado burguês e modelou ideologicamente um pensamento social ratificadores da LIBERDADE, FRATERNIDADE, IGUALDADE, ideais iluministas que pontuaram momentos importantes no século XIX e XX.


Revolução Francesa

A sociedade em constante movimento tendia a necessitar de campos especializados para realizar suas análises investigativas, assim as ciências sociais segmentou - se em campos científicos: sociologia, antropologia, economia e ciências políticas, que se articulam com outras áreas das ciências humanas para integrarem um arcabouço crítico sobre a sociedade:

SOCIOLOGIA: Estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. A sociologia envolve, portanto, o estudo da estrutura social, dos grupos e das relações sociais, da divisão da sociedade em classes e camadas, da mobilidade social, das instituições , das relações de trabalho, dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade, etc.

ANTROPOLOGIA: Estuda a produção cultural, as semelhanças e as diferenças culturais entre os vários agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. São objetos de estudo da Antropologia os tipos de organização familiar, as religiões, a magia, os ritos de iniciação dos jovens, o casamento etc.

ECONOMIA: Tem por objeto as atividades humanas ligadas à produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. Portanto, são fenômenos estudados pela Economia as atividades agrícolas e industriais, o comércio, o mercado financeiro, a distribuição da renda, a política salarial, a produtividade das empresas etc.
CIÊNCIA POLÍTICA: Ocupa-se da distribuição de poder na sociedade, assim como da formação e do desenvolvimento das diversas formas de governo. Estuda também os partidos políticos, os mecanismos eleitorais, etc.

Sociologia e Antropologia: Olhares diferentes sobre a sociedade

Dizer que as Ciências Sociais tratam do estudo dos fenômenos sociais e do desenvolvimento de sociedades sugere um campo muito vasto de atuação. E de fato é. De acordo Luís de Gusmão, várias definições poderiam ser utilizadas para as Ciências Sociais. “Pela resposta padrão, é o campo da investigação acadêmica que procura compreensão científica do mundo social“, explica. Tão difícil quanto uma definição mais específica é estabelecer com exatidão a fronteira entre suas duas grandes ramificações, a Sociologia e a Antropologia. Muita gente chega a se graduar sem ter compreendido com clareza a distinção. “Na verdade, o objeto de ambas as ciências é o mesmo. O que varia é a abordagem, a metodologia”. É forte no senso comum o mito de que a “antropologia estuda os índios” e a sociologia analisa a sociedade moderna. Em linhas gerais, observando-se as definições tradicionais, a Sociologia, de grande abrangência, objetiva fornecer uma visão de conjunto dos vários acontecimentos da vida social, sejam eles relativos à economia, à política ou à esfera simbólica e cultural. A Antropologia procura descrever o homem e analisá-lo com base nas características biológicas e culturais dos grupos em que se distribui, enfatizando as diferenças e variações entre eles.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
1- Como as revoluções fertilizaram o campo das ciências sociais? E quais os fenômenos sociais oriundos destas revoluções?
2- Por que é imprescindível a relação entre a sociologia os outros campos científicos?
3- É possível diferenciar os campos científicos das ciências sociais?
4- Como as ciências sociais analisam as questões e os fenômenos sociais?


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BOTTOMORE, Thomas. In: MARQUÉS, J., MOLLÁ, D., SALCEDO, S. A Sociedade Atual. Rio de Janeiro: Salvat Editora do Brasil, 1979, p.9. Coleção Biblioteca Salvat de Grandes Temas.
OLIVEIRA, Pérsio Santos. Introdução à Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 2008
JOHNSON, Allan, G. Dicionário de Sociologia – Guia Prático da Linguagem Sociólogica: Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 1997.